PCP significa planejamento e controle da produção e contrário do que muitos pensam, nas empresas que possuem essa área ou departamento, o PCP é o cérebro da empresa, ou pelo menos deveria ser.
A maioria das pessoas possui uma visão de que uma indústria, por exemplo, precisa produzir o máximo que puder, e se tiver uma grande quantidade de produtos não vendidos, marketing e vendas que comecem a trabalhar mais para escoar a produção. Os indicadores de performance são por departamento e quase ninguém da organização está preocupado em enxergar o todo.
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Colaboradores estão trabalham até tarde da noite, porém não existe uma conexão explícita entre suas atividades e o resultado é uma empresa indo rápido demais a lugar algum. Na fábrica da Toyota em Kentuky nos EUA, um Corolla sai da linha de produção a cada 54 segundos. Você saberia dizer por que exatamente 54 segundos e não 56 ou 52?
A resposta é: Porque existe um cliente comprando um Corolla há exatos 54 segundos. Quando esse cliente começar a comprar mais rápido, ela fará mais rapidamente, quando ele começar a comprar mais lentamente, a fábrica diminuirá o ritmo da produção, ou seja, ela se adaptará a “puxada” do mercado (clique aqui e entenda o que é o sistema puxado).
Mas qual seria exatamente as funções do PCP?
O PCP é o responsável não apenas em ditar o ritmo da produção baseado na demanda do mercado, mas também de conectar todas as partes da empresa para que esse ritmo aconteça. Quando dizemos partes da empresa, estamos nos referindo aos fornecedores, departamentos de compras, qualidade, estoque, logística, financeiro, comercial, etc.
Vamos explicar melhor...
A área de planejamento e controle da produção tem de aumentar a qualidade da previsão de vendas junto com a área comercial, dando flexibilidade para área durante seu dia a dia, mas mantendo estabilidade na produção. Os fornecedores tem que entregar o material (com qualidade), e cada vez mais rápidos. Ele protege o fornecedor com pedidos nivelados, evitando pedir 1.000 um mês e no outro zero, e quando aumentar ou reduzir a demanda, seja planejado antecipadamente.
Ela define as rotas logísticas, de preferência com o uso de “milk run” para reduzir custos de transporte, criar plano B, por exemplo, se tiver congestionado o rodoanel, utilizar a marginal, preservando a janela de recebimento. E quando a carga tiver com problemas para chegar, como refletir isto no M&I (Fluxo de Material e informação / clique aqui para entender o que é o M&I ou MFV) de forma a não afetar a produção?
Ajuda e definir as embalagens para não transportar “ar” e otimizar o manuseio e espaço. Além da fácil visualização para que quando chegue o material seja simples a identificação e local que deve ser destinado. O estoque tem que ser o menor possível (menos dias de estoque), não somente para melhorar o fluxo de caixa, mas também reduzir custos de armazenagem, preservar a qualidade do produto, e evitar sucateamento futuro.
Com o PCP ficará mais simples aplicar o FIFO (First In - First Out) para que o movimentador não se atrapalhe, e visualmente ter a percepção de alguma anormalidade no estoque (overstock) ou fora do lugar. Ele também ajuda a ter um gerenciamento efetivo na substituição de peças, pois quando entra uma peça nova (substituta ou adicional), não haja dúvidas na operação ou sucateamento das peças antigas.
Essa área deve gerenciar o estoque de produto acabado para adequar a produção (mudar o planejamento ou programação) se for necessário e criar medidas preventivas se houver anormalidade. E como sempre há coisas novas acontecendo a todo o momento, e a lei de Murphy é quase um padrão, como gerenciar sua equipe de forma que o seu cliente seja atendido naquele dia? E se alguém faltar, como não fazer a operação não parar? E se alguém pedir a conta, como manter o mesmo nível de serviço?
A reestruturação de como você vai produzir, independente do produto, é peça chave para redução de custos, pois o preço de venda, diversas vezes, quem faz é o mercado e não necessariamente sua empresa. Dessa forma, uma maneira de se tornar competitivo é trabalhando de uma maneira diferente, focando sempre na redução de custos. E o PCP é peça chave para que isso aconteça.
Lembre-se, lean não é sinônimo de estoque zero, lean é trabalhar no ritmo que o cliente está demandando, e seu nível de estoque deve ser ajustado para isso com uma visão de um sistema puxado, ou seja, o mínimo necessário.
Mas como dar a ordem para a produção para cada momento que ela vai trabalhar em um sistema puxado (não empurrado), eliminando principalmente os estoques intermediários. E como entregar estas peças na linha de produção? Por kanban? Por sequenciamento? Por kit? Estas e muitas outras perguntas responderemos no treinamento de PCP Lean!