Por: Fernando Ferreira
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Menos excessos com Just in time
Just in time é uma forma de gerenciamento que visa eliminar todos os tipos de desperdícios. Em outras palavras, significa fazer o necessário, na hora certa, na quantidade certa. Muitas vezes acabamos adicionando features no software que acabam se tornando um desperdício de tempo e dinheiro, além do esforço. Um relatório do Standish Group mostra que cerca de 20% das funcionalidades criadas, nunca são utilizadas. Estas funcionalidades consumiram horas de análise, horas de desenvolvimento e mais horas de testes. Tudo isso demandou um montante considerável de tempo e dinheiro que não serviu para nada.
Hoje em dia muitas organizações empregam práticas ágeis no desenvolvimento dos seus produtos. Com o amadurecimento do time utilizando estas práticas, cria-se uma cultura de simplificar, fazer somente o necessário para atingir um objetivo. Costumamos muitas vezes pensar adiante e acabar por “enrijecer” o software com recursos que não sabemos se serão utilizados no futuro. Dessa forma, em vez de criarmos uma arquitetura pesada e engessada, podemos criar uma arquitetura simples e que seja fácil de evoluir, e quando for preciso, adicionaremos as funcionalidades necessárias. Essa prática é conhecida como arquitetura emergente e vem ao encontro do conceito de Just in Time.
Menos bugs com mecanismos a prova de falhas
Em Lean existe um conceito chamado Poka-Yoke que nada mais é do que criar mecanismos de prevenção para que não ocorra falha. Sabemos que evitar falhas tem um custo menor que aplicar uma correção. Porém, se não conseguimos evitar a falha, mesmo assim somos capazes de identificá-las antes que o cliente o faça, ainda estamos evitando maiores custos e outros problemas que possam comprometer a credibilidade da organização. O conceito poka-yoke permite que possamos nos prevenir de maiores problemas e construir formas de garantir maior qualidade no resultado final. O poka-yoke subdivide-se em duas categorias:
Controle: quando o poka-yoke de controle é acionado, o processo que está gerando o problema é interrompido até que o problema seja corrigido na sua causa raiz. No cenário de desenvolvimento de software, poderia ser a detecção de um bug durante a execução dos testes.
Advertência: o poka-yoke de advertência sinaliza um problema em potencial para que possamos agir sobre ele eliminando-o na sua causa raiz. As formas de aplicar o poka-yoke de advertência em software são as mais variadas, podendo ser uma definição formal de práticas definidas com a equipe de qualidade, padronização dos termos utilizados nos fontes (nome de tabelas, procedures, variáveis, telas) e também os próprios alertas emitidos pela ferramenta em uso. Muitos daqueles alertas que visualizamos ao compilar a aplicação, poderiam se transformar no bug de amanhã.
Menos desperdícios com Kaizen
Kaizen é uma prática utilizada dentro dos conceitos Lean que significa melhoria contínua. Todo produto desenvolvido é submetido a uma sequência de processos até que esteja pronto para chegar ao cliente. Cada um desses processos consiste de atividades que podem ser aprimoradas continuamente. Adquirir essa prática torna o fluxo mais enxuto e eficaz além de reduzir custos.
Aplicar o kaizen exige uma análise sistêmica do processo a ser melhorado para que seja possível identificar o ponto correto em que será aplicado. Essa prática vai ao encontro do mapeamento do fluxo de valor, pois este ajuda a identificar e mapear pontos de gargalos no processo.
Conclusão
Desenvolver um mindset Lean agrega valor e traz ótimos resultados para a organização, pois as práticas Lean são ferramentas de grande valor para a melhoria dos processos. Suas aplicações permitem uma reestruturação no fluxo de trabalho tornando este mais eficaz e menos dispendioso, isso acaba por refletir em qualidade, agilidade e baixo custo em toda a cadeia de desenvolvimento.
Clique aqui e leia mais sobre a parte I.
Data da publicação:
22/06/2015
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Fernando Ferreira
OpenTech
Formado em Tecnologia e Análise em Desenvolvimento de Sistemas pela UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina, trabalha como desenvolvedor desde 2006 utilizando as tecnologias Delphi e .NET. Sempre em busca de boas práticas no desenvolvimento de software e atualizado com as rápidas mudanças no mundo da T.I. Gosta de escrever e participar de eventos de tecnologia.