Por: Luiz Grecco
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Dar o primeiro passo na implantação de métodos ágeis pode ser bem simples se mudarmos a estratégia das adoções, de cenários de larga escala que visam mudar a empresa toda, para adoções baseadas em pequenas mudanças que tenham como principal objetivo resolver os problemas mais latentes vivenciados por projetos e principalmente pelos colaboradores.
Foto / Reprodução: Internet
O Scrum em geral é o primeiro passo da jornada para adentrar ao mundo da agilidade, por demonstrar certa simplicidade no primeiro contato acaba sendo adotado como ferramenta por boa parte das organizações, porém nem sempre há clareza de que essa seja a melhor abordagem para dar o primeiro passo.
Nesse contexto, antes de iniciar qualquer mudança, é preciso dar um passo atrás e validar alguns conceitos e premissas relevantes, são eles:
- Trazer a tona e gerar consenso em questões fundamentais tais como: Qual o principal motivador para a mudança? Qual problema precisa ser resolvido? Quais áreas precisam ser envolvidas?
- Uma vez que esses pontos estejam suficientemente claros, o segundo passo é ouvir dos colaboradores se a percepção é a mesma, se os problemas que eles enfrentam são os mesmos levantados. Aproveite o momento para compartilhar a estratégia que está sendo desenhada e anote os feedbacks.
- Identifique um cenário fértil para ser o piloto da iniciativa. Fértil tanto do ponto de vista de negócio quanto de TI. Identifique os colaboradores que tenham mais abertura para a mudança, os early adopters. O ideal é que a experiência ocorra envolvendo um time pequeno, entre 7 a 9 pessoas.
- Converse com pessoas que já vivenciaram a experiência de transição e identifique quais foram as principais barreiras enfrentadas.
- Compreenda as reais motivações que levaram um grupo de pessoas a escrever o manifesto ágil, logo após, entenda a abordagem dos principais frameworks e metodologias disponíveis no mercado (Scrum, XP, Kanban).
- Com base em todas as informações, identifique quais práticas de cada metodologia são mais adequadas e atacam os principais problemas que foram levantados. O mindset é utilizar a ferramenta que mais se encaixa à sua necessidade e adaptar à sua realidade.
- Estabeleça ciclos de melhoria contínua (PDCA) para avaliar o desempenho das iniciativas e validar quais práticas e modelos serão mantidos e quais precisam de ajustes e evoluções.
Em resumo, antes de dar qualquer passo, entenda as motivações, o caminho a ser percorrido, pergunte a quem já se aventurou, faça experiências controladas e utilize o aprendizado delas para dar os próximos passos. Você se aventuraria a escalar o Everest sem antes ter toda essas respostas? Eu não! :)
Data da publicação:
25/04/2017
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Luiz Grecco
CI&T
Especialista em Tecnologia da Informação, iniciativas ágeis e Lean para diferentes mercados com equipes multiculturais.
Graduado em Tecnologia da Informação, Pós-Graduado em Administração, Certificação PMP, gestão de serviços (ITIL) e governança de TI (COBIT).
Atualmente trabalha como Lean Transformation Coach para a CI&T, transformando complexas organizações globais.